De uma época em que as mulheres não faziam chapinha e tampouco exibiam seios turbinados por próteses de silicone, “Na boquinha da garrafa” é dirigido sabe Deus por quem. Eu juro que até tentei procurar o diretor responsável por esse majestoso clássico baiano, mas... Experimentem digitar “clipe na boquinha da garrafa” no Google: sites inclicáveis, meus amigos, inclicáveis, ao menos para os padrões de uma moça de família como a que vos escreve.
Embora me pareça interessantíssima a idéia de uma narrativa sobre a mulher que gostou do rala-rala, viu a boca da garrafa, não 'güentou e foi ralar, o videoclipe investe no convencional esquema da banda tocando a música-tema, com destaque para o vocalista e, é claro, para a coreografia que fez da música o hit das festinhas de 1996. Os músicos vestem camisas de times brasileiros, e tocam animados, visivelmente contagiados pelo clima de luxo e sedução que permeia o vídeo. O mais entusiasmado é o torcedor do Fluminense, cujo requebrado faz lembrar a performance de um outro tricolor, no dia do trote aos calouros de 2007/2.
Outro grande destaque é o vocalista, de coletinho verde-amarelo, pescocinho suado e gingado de dar inveja a muita passista por aí (reparem na dancinha aos 36 segundos). A câmera ainda presenteia o espectador com generosos closes da genitália rebolativa de Sara Verônica, a dançarina que foi capa da Sexy em 1998 e hoje vive na pindaíba (vi no programa da Sonia Abrão mesmo, e daí?). O apelo sensual, com foco no corpo e no rebolado, é intenção evidente da direção, que, além dos já mencionados closes estratégicos, aposta em cenas de voyeurismo a partir de 1min46s de vídeo, quando Sara aparece no Pelourinho e dança, como sempre, de maneira sensual, observada por populares (alguns até se arriscam a entrar na dança). Já a sincronia não parece ter sido preocupação da equipe de produção: com um minuto de vídeo, a música diz “sobe mais, sobe mais um pouquinho”, enquanto Sara Verônica... desce.
Mas a verdadeira estrela, a luz, o farol do videoclipe aparece depois de passados um minuto e quarenta segundos: um rapaz, figura peculiaríssima, surge em cima do telhado só de shortinho, colete e botas, e dá um show na boquinha da garrafa, saracoteando como uma tresloucada serpente. Palmas para o cover do cara do Angra, que deixa Sara Verônica no chinelo.
Além do tom nostálgico (ah, vai, quem aí não ralou inocentemente na boquinha da garrafa em alguma festinha de prédio aos sete anos?), o vídeo ostenta ainda uma irretocável faceta trash, o que garante à obra um lugar cativo na tribuna de honra do meu ésse-dois.
Embora me pareça interessantíssima a idéia de uma narrativa sobre a mulher que gostou do rala-rala, viu a boca da garrafa, não 'güentou e foi ralar, o videoclipe investe no convencional esquema da banda tocando a música-tema, com destaque para o vocalista e, é claro, para a coreografia que fez da música o hit das festinhas de 1996. Os músicos vestem camisas de times brasileiros, e tocam animados, visivelmente contagiados pelo clima de luxo e sedução que permeia o vídeo. O mais entusiasmado é o torcedor do Fluminense, cujo requebrado faz lembrar a performance de um outro tricolor, no dia do trote aos calouros de 2007/2.
Outro grande destaque é o vocalista, de coletinho verde-amarelo, pescocinho suado e gingado de dar inveja a muita passista por aí (reparem na dancinha aos 36 segundos). A câmera ainda presenteia o espectador com generosos closes da genitália rebolativa de Sara Verônica, a dançarina que foi capa da Sexy em 1998 e hoje vive na pindaíba (vi no programa da Sonia Abrão mesmo, e daí?). O apelo sensual, com foco no corpo e no rebolado, é intenção evidente da direção, que, além dos já mencionados closes estratégicos, aposta em cenas de voyeurismo a partir de 1min46s de vídeo, quando Sara aparece no Pelourinho e dança, como sempre, de maneira sensual, observada por populares (alguns até se arriscam a entrar na dança). Já a sincronia não parece ter sido preocupação da equipe de produção: com um minuto de vídeo, a música diz “sobe mais, sobe mais um pouquinho”, enquanto Sara Verônica... desce.
Mas a verdadeira estrela, a luz, o farol do videoclipe aparece depois de passados um minuto e quarenta segundos: um rapaz, figura peculiaríssima, surge em cima do telhado só de shortinho, colete e botas, e dá um show na boquinha da garrafa, saracoteando como uma tresloucada serpente. Palmas para o cover do cara do Angra, que deixa Sara Verônica no chinelo.
Além do tom nostálgico (ah, vai, quem aí não ralou inocentemente na boquinha da garrafa em alguma festinha de prédio aos sete anos?), o vídeo ostenta ainda uma irretocável faceta trash, o que garante à obra um lugar cativo na tribuna de honra do meu ésse-dois.
Marília Lamas
(EC6)
(EC6)
4 comentários:
Foda! Sério, sem ironia... Um dos melhores comentários.
Espero que o Tiago dê nota máxima pela análise muuuuito mais bem feita do que muito clipe blergh por ai!
Parabens por revisitar o axé dos anos 90 com as genitálias de Sara (eu vi no João Kleber que ela tava na pindaiba, e ele ta fora do ar há tempos... espero que ela não esteja debaixo da ponte).
Uma das melhores abordagens que eu vi. Espero que alguém nos presenteie com Dança da Bundinha e Carla Aparecida Perez exibindo suas madeixas crespas ao lado de Cumpadi Washington!
SENSACIONAL!
sério mesmo, muito foda.
Brilhante!
Uau. Quantos comentários! Confesso que, quando vi o número 3 logo abaixo do meu post, deu um medinho de encontrar manifestações de repúdio à minha fanfarronice. Brigada, people! Sabe, essa terceira reação acabou comigo: depois de assistir ao clipe quinhentas vezes, passei a reparar em detalhes meio sórdidos, tipo a pessoa que aparece misteriosamente numa portinha láááááá atrás, aos nove segundos. Fico imaginando que o cara foi respirar um pouco de ar puro na varanda e de repente, opa, tem uma morena requebrando ali. E o que dizer da menina-mulher que surge no canto esquerdo do vídeo, aos 2 minutos e 22 segundos, e dá uma tapona em alguém desconhecido, certamente algum marmanjo babão que foi pego com a boca na botija, esquecendo-se de que a boca-estrela do videoclipe é a da garrafa, tolinho.
Mas o pior de tudo é que agora eu não posso mais ver uma garrafa sem que me venha uma vontade louca de de ordenar ao amigo do lado: "sobe mais, sobe mais um pouquinho..."
Sente o drama.
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