http://www.youtube.com/watch?v=kFeaqB-AAMo
Este videoclipe foi lançado este ano, 2008, pela banda Kardinal Offishall e o cantor Akon, tendo sido dirigido por Gil Green. No clipe, há uma mulher que desperta a atenção dos homens por onde ela passa e os cantores que parecem disputar a atenção dela. O clipe não possui uma seqüência cronológica de acontecimentos que se sucedem até um fim. No início, a personagem entra em uma lanchonete e as cenas que ocorrem posteriormente parecem acontecer apenas para um dos personagens. Isso pode ser observado pelas mudanças de roupa da mulher e dos cantores a cada cena, como se cada uma representasse uma passagem de tempo. Ao final do clipe, a cena volta a ocorrer na lanchonete como se nunca tivesse saído de lá e retorna-se ao ponto do início, quando ela passa pelos homens que a observam, o que pode ser afirmado pelo retorno da mesma roupa.
Minha escolha foi baseada não só pela maneira com que a narrativa é construída, mas pela forma como esse clipe dialoga as cenas com essa narrativa. “Dangerous”, como se chama a música, inova principalmente no link entre as cenas: a câmera se aproxima dos personagens que se quer fazer o corte, fechando a cena em um objeto reflexivo e posteriormente afastando a câmera do mesmo objeto para mostrar a cena seguinte que faz parte da construção da narrativa. Embora nem sempre, a maioria dos objetos utilizados são óculos escuros, o que dialoga com a letra do clipe na medida em que ela fala o tempo todo que a garota está reparando nele e ele nela. A forma como são feitas as cenas serve para reforçar o que está sendo dito e contribui para criar o efeito inicial de que as cenas mostradas no clipe representam o que um personagem enxerga. Esse efeito criado é o que traz uma relação de continuidade entre as cenas.
Portanto, esse clipe não aparece como mais um dentre tantos que já existem, e chama a atenção daqueles que o assistem mesmo que não se interessem tanto pela música como é o meu caso, mas pelas inovações que ele traz. Clipes como esse mostram que um pouco de criatividade pode ser o suficiente para fugir do lugar comum.
Miriam Paço - EC6
DRE: 107328882
Um comentário:
curti o comentário, mas cortes com close de objeto é clichê, não inovador... É super incorporado na linguagem audiovisual há algum tempo.
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