http://br.youtube.com/watch?v=xBf1UblIMKU
direção: Cate Anderson / produção: Georgie Smith
Datado do ano 2000, o videoclipe Emotion Sicknees, da banda australiana Silverchair, apresenta um formato incomum, transcende a lógica da produção de clipes musicais consagrada pela MTV a partir dos anos 1980. O vídeo busca a tradicional representação dos versos musicais – característica básica desse segmento da produção audiovisual -, entretanto, a obra é concebida de maneira que a música se torna a trilha sonora perfeita para o curta metragem.
A produção fílmica ganha maior proporção, é deixada de lado a necessidade de mostrar os três músicos em ação – outro princípio básico do videoclipe padrão, que busca disseminar a imagem dos astros da Indústria Cultural -. Os mais de seis minutos da obra extrapolam, duplicam o padrão comercial dos videoclipes. Cabe lembrar, que em muitas das vezes que Emotion Sicknees foi reproduzido, basicamente na televisão, teve sua duração reduzida à cerca de quatro minutos e meio, instante no qual a música sofre breve pausa.
A complexa montagem se apresenta como um híbrido entre o cinema e o videoclipe. Áudio e vídeo se complementam, de modo que não há a tradicional dependência do segundo para com o primeiro, o que traz ao espectador a dificuldade em distinguir o videoclipe de uma obra cinematográfica.
A superprodução Emotion Sicknees aborda a temática da dependência química. A partir de uma estética marcada pelo jogo entre claro e escuro e com ênfase no recurso da regressão temporal – marca da montagem, a edição é bastante valorizada – é conduzida a narrativa da angustiante trajetória do protagonista na busca pela libertação do vício.
Pode-se aferir que Emotion Sicknees faz uma releitura do longa metragem australiano Shine (1996), baseado na vida do pianista David Helfgott, que sofreu com distúrbios mentais. Helfgott gravou a canção juntamente com o trio Silverchair.
Thiago Etchatz
EC6
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