sábado, 15 de novembro de 2008

Architecture in Helsinki: Heart It Races



Architecture in Helsinki é uma banda australiana composta por 8 pessoas. Tem como marca a criatividade instrumental. Seu primeiro trabalho foi lançado em 2004. http://mixbrasil.uol.com.br/cultura/musica/helsinque/helsinque.shtm

Correspondente a uma banda ainda mundialmente pouco célebre, e longe do dito main stream, o videoclipe (narrativo) lança mão da criatividade em detrimento dos recursos técnicos e financeiros. Disso surge um vídeo bastante peculiar, o qual, fosse um filme, traria em si diversos gêneros: suspense, terror, humor negro, documentário, musical, fantasia. Além disso, diferentemente de tantos outros videoclipes, este se inicia com um trecho narrado, de tempero documental, no qual uma voz in off prepara o espectador para o que virá em seguida, introduzindo-o ao trecho musical, enquanto contextualiza as cenas futuras. Em outra versão (director's cut), um pouco maior, esse papel é delegado a um diálogo entre um avô e seu neto. Tal versão está disponível aqui!:
http://www.youtube.com/watch?v=UcU7jm65yJs&feature=related

Ademais, e como foi dito acima, a opção pela utilização de poucos recursos (decerto não disponíveis na mesma quantidade do que a outras bandas, mais famosas) e a preferência pela originalidade fizeram com que a banda recorresse a soluções baratas (o efeito especial mais complexo é o aparecimento do nada, em 1:00' e 2:48'). Uma delas foi a atuação dos integrantes no videoclipe não como si mesmos, ou seja, como músicos que às vezes seriam personages; mas, ao contrário, como personagens fantásticos que, vez ou outra, surgiriam como músicos. Assim, não são músicos personagens, mas antes personagens músicos, os quais viviam tranqüilamente sua vida tribal nas florestas autralianas, colhendo suas folhas para os rituais, realizando sacrifícios e danças e cantos característicos, até serem escolhidos como objeto de um videoclipe. Meio por acaso, então, viriam eles a ser componentes de uma mesma banda musical.

Também no clipe acima nota-se que a parte visual parece sobrepujar em importância a parte sonora, a qual, fora do contexto do videoclipe e o auxílio das imagens e da introdução narrada, perderia significativamente seu sentido ou intuito. A letra, sozinha, diria pouco ou nada sem o suporte visual.

Além disso, observa-se que o clipe possui cenas com forte caráter teatral, revelando-se, em algumas partes, simultaneamente sombrio, cômico e dramático (2:56' - 3:03'). É relativamente pouco técnico, mas não necessariamente precário ou grosseiro: não possui preocupações com um corte suave na montagem, mas parece alcançar o intuito de ser bem-humorado e divertido, e jamais de ser profundo e bem-acabado.

Apenas em alguns momentos a música é diegética: quando os personagens cantam ou tocam. Nos demais momentos, a música é externa.
O clipe dialoga com cultura indígena (no caso, aborígene).

Rafael Godinho
dre 107329773
EC5

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