quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Oasis - The shock of the lightning

Oasis
Álbum: Dig out your soul
Outubro 2008
Diretores: Julian House e Julian Gibbs

Este clipe é do recente álbum do Oasis lançado esse ano. Com temas ingleses o clipe segue a levada da música encartada por imagens que simultaneamente formam um mosaico de colagem.
Figurativo ou não, a tendência da peça é unir a banda há alguns temas históricos, de múltiplas interpretações e significados.

Thadeu dos Santos
107396372


Pearl Jam - Do the Evolution

http://br.youtube.com/watch?v=01itrj-HQz0


O clipe acima é da banda Pearl Jam. É interessante notar que foi feito um trabalho muito bom na parte gráfica com uma estética muito próxima aos quadrinhos. Durante todo o clipe repete-se o refrão "it's evolution baby" (isso é evolução) contraposto com imagem de destruições atômicas, guerras e afins. A letra da música também é coerente com essa sátira da evolução tecnológica:
I'm a man (eu sou um homem)
I'm the first mammal to wear pants, yeah (eu sou o primeiro mamífero a usar calças, ié)
I'm at peace with my lust (eu estou em paz com minha luxuria)
I can kill 'cause in God I trust, yeah (eu posso matar porque em Deus eu confio)
It's evolution, baby (isso é evolução, beibe)
Ok. Como diria Jack o estripador, vamos por partes: A Banda Pearl Jam tem origem na década de 90, em Seattle, nos EUA. Ela é um dos expoentes do movimento Grunge, junto com outras bandas como Nirvana, Soundgarden, Mother Love Bone, Alice in Chains e Mudhoney. o Pearl Jam é uma das poucas bandas grunges que continuaram ativas até hoje.
A banda é formada por Eddie Vedder - Vocal, Guitarra, Jeff Ament - Baixo, Matt Cameron - Bateria, Mike McCready - Guitarra Solo e Stone Gossard - Guitarra Base.
Analisando o trecho traduzido acima, em especial a frase "eu posso matar porque em Deus eu confio", em inglês in "God we trust", frase escrita na cédula do dólar e dita por todos os presidentes até então. A critica do Pearl Jam gira em torno do belicismo, principalmente dos EUA. O que nos faz compreender a postura da banda, que tem um dos maiores públicos, é o caso ticketmaster (que monopoliza o mercado de venda de ingressos em território americano), no qual eles entraram na justiça pedindo que o ticketmaster retirasse menos lucro para abaixar o preço dos ingressos. A banda ainda colabora com causas humanitárias o que explicita o fato de serem uma banda com um dos maiores públicos.
Voltando ao videoclipe, podemos perceber que ele é um clipe com muitos cortes, e como já foi escrito, com uma liguagem muito proxima à dos quadrinhos. A construção de sentido da linguagem classica é subvertida em algumas cenas que tornam o clipe mais coeso. Como por exemplo, a menina correndo num campo verdejante, feliz e contente e pisa numa mina. O interessante é que mesmo com a generalizada quantidade de cortes, o sentido não se perde nem se confunde, toda a imagem visual é muito bem amarrada.
Espero ter contribuido de alguma forma.
Almir de Carvalho

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Breaking the Habit

ANO:2004

GRAVADORA: Warner Bros. Records

DIRETOR: Joe Hahn e Kazuto Nakazawa

O “new metal” nos trás uma banda com propostas audiovisuais um pouco distintas do comumente achado por ai. Usando e abusando de recursos eletrônicos como a animação, historias complexas e um ritmo alucinante nos acontecimentos, o Linkin Park permanece no cenário dos videoclipes de forma no mínimo destacada.

Com o clipe “ breaking the habit”, a banda propõe o estabelecimento de sentidos através de uma historia que, no seu decorrer, mostra possuir mais sentido quando contada de forma não linear em detrimento da normal, bem como na aceleração proporcional da velocidade dos acontecimentos e do cortes entre os planos, acordando com o ritmo referente à musica em questão. Da mesma maneira, lança mão de muitas cores como o amarelo e o vermelho para garantir a vida, vibração do curta-metragem; em contrapartida, não economiza nas sombras e na fumaça afim de gerar um ar misterioso ao mesmo.

Um outro recurso observado, que gera um interesse mais especifico nesse caso, (além de proporcionarem com maestria movimentos e feições humanas nos desenhos) é que, mesmo em se tratando de uma animação e, portanto, de uma estória necessariamente fictícia e fantasiosa, os músicos não se detém quanto a injetar suas próprias imagens no vídeo. Primeiramente em inserções mais efêmeras e, posteriormente, chegando a uma apresentação sobre um arranha céu , no meio da cidade, onde toda problemática é contada.

Trata-se de um clipe diferente, dinâmico, onde a cada piscar de olhos se pode perder ou ganhar uma grande variedade de significâncias e sentidos. Talvez traga um pouco de confusão pela enorme quantidade de informações “arremessadas” ao expectador, mas, ainda assim (ou seria principalmente por isso?) continua bem coerente com as propostas de suas letras e musicas...sejam elas quais forem.

Julia Zettel – EC6

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Like a Boy - Ciara

http://www.youtube.com/watch?v=3DlhsbCE280&feature=related

Sempre suspeita para falar de dança, não pude deixar de escolher um clipe de não só uma grande cantora mas, a meu ver, de uma dançarina como poucas desse vasto mercado que é o do hip hop (e estilos adjacentes) norte-americano.
Ciara sempre inova na execução de seus videoclipes se comparada à maioria de suas concorrentes.
Indo além da tendência ao feminismo e à sensualidade, ela apresenta o que, na visão de alguém que faz parte deste estilo de dança, se aproxima bem mais do que realmente é o street dance feminino.
Neste trabalho, especificamente, ela dialoga diretamente com seu público gerando uma forte identificação. Realiza nada menos que uma imensa ruptura em relação ao machismo muitas vezes pertencente aos clipes de hip hop, expressando a revolta de grande parte das mulheres não somente em relação a isso, mas a diversas situações da vida cotidiana.
Na estética,'Like a Boy' traz figurino inovador, além dos movimentos -como já analisados- mais impactantes que o de costume.
A fotografia, como geralmente ocorre com Ciara, apresenta uma certa densidade, sem excesso de cores ou luminosidade.


Maria Penna Firme Vieira
DRE: 107429751
EC6

Ponta De Lança Africano (Umbabarauma) - Jorge Ben Jor





Umbabarauma, homem gol, umbabarauma, omemgou, umbabaraumaomegou. Arerê, arerê, arerê babá.
O que o clipe tem a ver com a música? Nada, e ao mesmo tempo, tudo. Cadê o tal do homem gol, o ponta de lança africano? Aquele que pula, cai, levanta, mete gol? No clipe? Ele tá lá na Europa, jogando bola, ele tá aqui, no Brasil. É filho do sol forte, do cortador de cana, das mulheres que trazem água na cabeça para o vilarejo. É um maluco que divide as latas de lixo com o cão, nasceu na miséria, e dela fez arte, pai do prazer e filho da dor. Vive no paradoxo, entre o peso do cristo e as curvas do corcovado, entre a cruz e a mulata. Numa mesma imagem, a santa de altar e a sensualidade da mulher, unidas pela vela, que as dissolve nas cores e no movimento do carnaval.
É um clipe descontínuo como a música, que mais parece um mantra do candomblé. O alquimista Jorge Ben busca o divino nas artes, mistura as raças, as culturas, à espera do elixir da longa vida, da eternidade no instante, pela intensidade. É uma alquimia musical e visual sobre o Brasil, proveta da alquimia cultural. As imagens se articulam com a batucada e o movimento constante.
Umbabarauma é um africano que é um brasileiro que é um africano que não é nada, só um ponta de lança dos velhos tempos, quando o futebol ainda elogiava o drible e a ginga.

Ciro Brito Oiticica - EC6

Enrosca - Sandy e Junior

link: http://www.youtube.com/watch?v=12LBlEGCs94

A música original é do Fábio Jr., mas Sandy e Junior regravaram, e acabaram mudando um pouco não só a melodia, como a concepção da música em si. O que na voz de Fábio Jr. adquiria uma conotação extremamente sensual, aqui ganha uma idéia quem sabe até um pouco neutra. O fato da dupla ter como grande parte de seu público as crianças, talvez seja um dos responsáveis por esse fato.
No clipe, os dois cantores aparecem o tempo todo. Conforme pude analisar, o clipe em nada retrata a letra, que consiste, basicamente, em um garoto ressaltando as qualidades de uma garota, e a chamando para ficar com ele novamente. Tanto a Sandy quanto o Junior, aparecem no clipe; que as vezes alterna o foco em só um ou outro. Os dois passam todo o clipe realizando coreografias claramente ensaiadas. A coreografia, bem como os cortes de câmera, acompanham a batida da música. Cabe comentar que tanto o figurino, quanto o cenário, são extremamente futuristas - detalhe que a letra também nao menciona ou sugere.

Natasha Sierra
DRE:107429785
EC6

Goodnight, goodnight - Maroon 5

Bem, tive problemas em colocar o vídeo diretamente no post. Já percebi que não fui a única. Menos mal, o problema não é comigo... Colei o link.

Completamente por fora do mundo dos clipes, essa terceira reação me fez sentar em frente à TV para assistir TVZ, no Multishow. Pois bem, um clipe me chamou a atenção em especial: “Goodnight, goodnight”, da banda Maroon 5.

http://www.youtube.com/watch?v=ju-4MgBznVU&NR=1

O vídeo abre mão da ordem cronológica tradicional, mas a utiliza visualmente. “Antes” e “depois” ocorrem simultaneamente, um em cada metade da tela, com as devidas identificações de “before” e “after” em suas respectivas cenas. Enquanto a música vai contando a história do casal o homem vai se desculpando pelo término, as duas situações acontecem como se uma fosse releitura da outra. Os cenários são parecidos, assim como o ângulo de filmagem, o enquadramento e os movimentos dos personagens.


No início, ainda durante a introdução da música, o cara avista a menina e vai de encontro a ela, em ambos os lados da tela. No lado “before”, ela é receptiva e simpática, enquanto no “after”, ela lhe direciona um olhar triste, vira as costas e vai embora. A partir daí, a música começa a ser cantada, com o lado “before” apresentando a história do casal, desde o início, com todo o romantismo até a briga que gera o término. Em “after”, encontramos o cara sozinho, lamentando a falta da ex-namorada, sempre com movimentos próximos aos da cena ao lado e em cenários parecidos, como se ele estivesse em um local lembrando do que já aconteceu ali, e nós vemos essa lembrança, na mesma tela. Essa idéia se torna mais presente, nos momentos em que as cenas se completam como um quebra-cabeça de duas peças, encaixando e se aproximando ainda mais.


No final do clipe, “before” e “after” trocam de lugar, lentamente, e a cena inicial se repete. Ele avista a menina e vai de encontro a ela, e o resto a gente já sabe como é... Confesso que assisti a esse final algumas vezes para solidificar minha interpretação, não estava muito segura em relação ao significado da troca de posição das cenas, mas entendo que é como se as situações tivessem girado. Elas se completam e, ao mesmo tempo, formam um ciclo.


Foi assim que o clipe de “Goodnight, goodnight” chamou minha atenção. A tela dividida, as cenas, esteticamente, parecidas, o ciclo.

Aluna: Carolina Berger

Turma: EC 5

DRE: 107329765

Step Into My Office, Baby - Belle ~

Tiago, não sou menino-cult. não sei postar em blogs >:/. tentei ao máximo seguir as instruções, mas pelo visto devo ser ionizado, sei lá, os computadores apenas não me obedecem. eu sei, eu sei, parte da formação acadêmica na ufrj é ter um blog para postar textinhos pseudo-intelectuais e que século XXI ta aí e bábábá, mas, cara, sou comum e jurássico mesmo. simples assim. na próxima vida, tento ao máximo voltar como técnico de computadores. prometo ;}

tentei ao máximo copiar o link do 'incorporar' e não consegui. segue o link da url:
http://www.youtube.com/watch?v=5YObYOHIZkk


Na esquina do indie com pop, pertinho do largo do soul e da clássica calçada do rock, encontramos uma banda escocesa chamamada "Belle & Sebastian". Com suas melodias suaves, altas referências e toques do folk, a banda se destaca por uma estética própria ao mostrar que música não é um gênero engessado, ela é experimental e anda de mãos dadas com tipos artísticos diversos, ao brincar com os instrumentos e adotar elementos do cinema e da fotografia nos seus vídeos.

Step into my office, baby é a primeira música do álbum Dear Catastrophe Waitress, lançado em 2003. O clipe, de forma bem cômica, expõe as aventuras sexuais de um limpador de janelas e segue um formato clássico de narrativa início-meio-fim. A escolha dessa música, não se dá pela originalidade [ a estória é montada a partir do refrão e o laço com a letra é frouxo ], e sim, pelo casamento entre cena e som. o elementos visuais tal como as ações do personagem aparecem sincronizados com a música. Todavia, esse compasso acaba por gerar uma dependência da letra pela imagem, isto é, a música não sobrevive sem o filme. Além disso, valendo-se do clichê, o vídeo abusa de modelos humorísticos, principalmente nas cenas que substituem momentos de sexo. A atuação escrachada aliada à uma ótima edição e ao jogo de câmera [ zoom in, zoom out e passadas de câmera com fade ] fazem de Step into my office, baby uma ótima opção de entretenimento [ mais visual do que musical ]. Outro elemento interessante, é a presença dos sete integrantes da banda como coajdvuantes da sua própria produção. O lugar de destaque é ocupado por um ator secundário, enquanto que a banda aparece como pequenos personagens em breves momentos do clipe.

Luis Eduardo Marinho Barrucho
DRE: 107329391
EC6

Como dizia aquele axé safado dos anos 90...

ACABO-ÔÔÔÔ-OU. A-CA-BOU!
(e ainda por cima com 20 minutinhos de lambuja)
See you soon
TiagoM

Blink 182 - Always





A banda blink é 182 sempre foi conhecida pela sua irreverência e espírito jovem. Essa imagem se confirma na maioria dos seus clipes, que parecem ser uma ótima oportuidade para os integrantes se divertirem. Esse clipe, porém, é um pouco diferente desse estilo. Parece que nesse clipe os aspectos técnicos são mais valorizados.

O que chama a atenção logo nos primeiros segundos do vídeo é o fato da tela estar dividida horizontalmente em 3 partes. Isso causa uma série de efeitos e sensações no espectador. A primeira sensação é um certo estranhamento, uma confusão, o olho leva um pequeno tempo pra se acostumar com a proposta. Durante todo o clipe, são apenas em alguns segundos que as 3 imagens se encaixam perfeitamente formando uma imagem única na tela inteira. Embora na maior parte do clipe as 3 imagens não se encaixem perfeitamente, sempre existe uma simetria. Dessa forma sempre é possível identificar os corpos dos personagens e o ambiente que eles estão.

O clipe acontece num apartamento onde uma garota se encontra sozinha. Durante a música os integrantes da banda, que fazem o papel de personagens, vão chegando. A tela divida serve para que cada integrante fique numa, nunca dois deles aparecem juntos na mesma parte da tela. Porém, essa divisão, cada um na sua parte da tela, não é fixa, durante o clipe eles se revezam nesses espaços. Esse revezamento causa um ótimo efeito de dinamismo ao clipe, além de sempre surpreender a quem assiste. Os 3 personagens estão com a mesma roupa, exceto pela cor da gravata. Esse é mais um ponto que permite a confusão entre os personagens, quem não se liga nos detalhes, se perde.

Como temos que prestar atenção em 3 telas ficamos com a sensação que o clipe exige muito de nós, parece que o clipe é muito rápido e devemos ficar atentos para não perder nenhum detalhe. Dessa forma fica quase imperceptível o fato do clipe acontecer todo em plano sequência. Quer dizer, a cena parece acontecer sem cortes mas acontece que não é uma cena só. São exibidas pelo menos 3 filmagens ao mesmo tempo. Essas filmagens são de momentos diferentes mas que pretendem ser de um momento único. É como se o clipe tivesse vários takes e os exibisse juntos.

Eu realmente não sei como o clipe foi filmado, parece não ter sido cenas individuais porque os 3 aparecem na mesma cena, parte da tela. Além desses aspectos técnicos o clipe ainda apresenta sutilezas que talvez não tenham espaço de serem comentadas aqui,como a questão da flor e do vaso que são recorrentes no vídeo. Todos esses detalhes e criatividades me fazem considerá-lo um clipe genial, razão para minha escolha.

Philippe de Oliveira LAcerda
EC5
107 329 820

New Order – Krafty

http://www.youtube.com/v/f8OcjdL8GvE&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344">

Formado no início da década de oitenta em Manchester, o New Order era constituída inicialmente por três membros da antiga Joy Division, banda cuja carreira foi interrompida com o suicídio do vocalista Ian Curtis, em maio de 1980, aos enigmáticos 27 anos.

Os membros remanescentes deixaram de lado as melodias sombrias da Joy Division e, incorporando ritmos eletrônicos dançantes como a disco music e o eletropop, foi um dos principais grupos, ao lado de nomes como os Pet Shop boys e Depeche mode, responsáveis pela difusão mundial da música eletrônica.

Em 2005, a banda lançou Waiting For The Siren's Call, um álbum que, assim como seu antecessor Get Ready, tem sua base melódica nas harmonias de guitarra, substituindo o protagonismo dos teclados presente nos álbuns anteriores. Singles como Krafty e Jetstream foram muito bem recebidos.

O videoclipe da música Krafty foi por mim escolhido por apresentar de forma leve e sincera a inocência, o desconhecimento e a descoberta de um jovem amor. Mesmo não sendo o esteriótipo, por exemplo, dos jovens brasileiros, os atores escolhidos para protagonizar o videoclipe; que não seguem um padrão de beleza pré-estabelecido, com traços não tão simétricos, muito magros e brancos; dão o traço de não perfeição e de conseqüente normalidade que acaba por tornar fácil a relação de identidade do espectador com o casal e sua respectiva história. Além dessas pontualidades físicas, a história, iniciada em uma fábrica qualquer na qual ambos esperam pelo fim do expediente, também constitui um lugar comum a partir do qual, mesmo os que nunca pisarão em uma fábrica, se identificarão.

A câmera, em constante movimento como se realizasse translações interrompidas ao redor das personagens, aliada ao ritmo da canção são responsáveis por nos levar à atmosfera proposta pelo videoclipe. Esses movimentos de câmera, no inicio, nos apresentam as personagens e sua respectiva relação. Primeiro nos é mostrado a jovem que, após alguns movimentos interrompidos ao seu redor, é mostrada olhando para o seu provável namorado, que nos aparece em um plano mais distante. Depois o contrário se executa: a câmera em movimentos ao redor do jovem trabalhando e, após alguns planos, ele olhando para sua garota. Alguns planos intercalados mostrando o relógio nos dão a clara sensação da espera dos dois pelo momento em que poderão ficar juntos de verdade, fora dali.

O história acontece toda em função do momento em que estarão os dois, a sós, na cama. Esse movimento de ir pra cama se inicia assim que o expediente termina, sendo marcado pelo momento em que as personagens tiram seus uniformes. A partir daí, a câmera continua com seus movimentos circulares, porém os dois sempre serão mostrados juntos.

Já em casa, os dois se beijam e começam a se despir. Os movimentos inseguros e os olhares fixos entre as personagens mostram a juventude e a inocência desse amor. Ao final, a cena dos dois no terraço, numa explosão eufórica pela descoberta de um novo mundo, encerra de forma apaixonante a obra.

Marcelo Dantas Correa de Sá
: 107329812
EC5

Franz Ferdinand - The Dark of the Matinee

Eu escolhi o videoclipe da música The Dark of the Matinee do grupo FranzFerdinand, pois considero esse clipe muito interessante tanto esteticamente quanto ideologicamente. O aspecto do clipe é muito tosco, existe um grande uso de computação gráfica e as coreografias dos integrantes é muito ridículo, mas considero que tudo isso foi intencional, pois a música fala um pouco de fuga dos padrões sociais e com o vídeo a banda conseguiu dar um tom mais crítico.

O clipe começa com a banda fazendo uma dança quase que robótica dando a impressão que estão ridicularizando as boybands que fazem clipes com coreografias e depois passa para a cena uma sala de aula onde podemos ver todos os jovens vestidos iguais e aparentemente entediados com a aula. Depois que acaba a aula, todos os alunos começam a fazer outra coreografia bem ridícula que dá a entender que eles agora estavam “domesticados”, ou então, dentro das convenções. E o clipe vai se estruturando dessa forma, apresentando imagens bem toscas e “dancinhas” ensaiadas para criticar os símbolos de padrões sociais que temos hoje não só no nosso cotidiano, como também na mídia.

Além de ser rico ideologicamente, com uma narrativa crítica e irônica, o videoclipe apresenta aspectos estéticos muito legais ao juntar computação gráfica com imagens reais. Existem muitas animações durante todo o vídeo e também o uso descontínuo de luz, uma hora estourada, outra fechada, também é uma característica marcante. Todos os recursos utilizados no vídeo resultaram numa experiência visual muito rica. Embora seja um pouco tosco, esse clipe acaba nos trazendo uma série de questões para a reflexão e por conta disso acaba sendo um material de altíssimo padrão.

Renata Miranda

EC5

Wes encontra uma agulha no palheiro e faz Tenenbaums; P. T. se liga e faz Magnólia.

Eu, garoto criado a leite com pêra nas tardes assistindo à MTV, tenho uma vasta cultura videoclíptica, embasada por alguns anos de Disk. Como seria de se esperar, o tamanho do meu conhecimento sobre o assunto é inversamente proporcional ao refinamento do meu gosto musical. Ou seja: a maioria dos clipes que eu conheço é de músicas das quais não gosto mais, e não vi quase nada das bandas que me agradam hoje em dia.

Por isso, os primeiros clipes que me vieram à mente foram os mais manjados das listas de melhores de todos os tempos que volta e meia tinha na MTV. Não que esses videoclipes não sejam bons – é claro que são, em sua maioria –, mas todos me atingem de maneira demasiadamente racional; recebo-os de maneira analítica antes mesmo de enxergá-los por um viés mais instintivo. “Ah, esse aqui tem um tom paródico; já esse é virtuoso na maneira como é encenado”. O único clipe que desperta em mim um interesse anterior a qualquer tipo de olhar analítico – pelo menos o único que consegui lembrar – é Everybody Hurts, do R.E.M. Ainda assim, ele me parece estar muito vinculado às listas de melhores promovidas pela MTV e afins, que de certa forma acabam condicionando meu olhar. Por isso, escolher um clipe desses não me parece refletir exatamente aquilo de que eu gostaria de falar.

Assim, fui buscar no cinema as cenas de filmes que mais me interessavam, cenas em que a combinação de imagem e música tenha produzido um resultado tão eficaz quanto qualquer videoclipe. Nada mais natural, portanto, que recorrer a Wes Anderson, um de meus cineastas favoritos, conhecido, entre outras coisas, pelo esmero com que escolhe as trilhas sonoras de seus filmes – que vão desde canções indianas a versões de músicas do Bowie feitas pelo Seu Jorge. Em todos os casos, o roteiro parece ter sido escrito já com a sua trilha em mente, de tão orgânica que é a combinação. Sendo assim, uma cena de um filme de Wes Anderson me parece tão legítima como videoclipe quanto qualquer coisa feita pela própria banda, uma vez que a imagem é pensada levando-se em conta a música.

Um dos melhores exemplos desse uso é numa cena de Os Excêntricos Tenenbaums (2001) em que o personagem de Luke Wilson tenta suicídio. A fotografia azulada, a montagem rápida em diversos momentos e o aumento de intensidade da música coincidindo com o aumento de intensidade da cena – com direto a uma pequena pausa expressiva – indicam uma preocupação em fazer a imagem servir à música, ao contrário do que ocorre normalmente. E não por acaso a canção que serviu de suporte à cena foi Needle in the Hay, de Elliot Smith – música sobre o sentimento de solidão de um viciado em drogas. Numa trágica ironia, Elliot Smith viria a se suicidar menos de dois anos depois (e o irmão de Luke Wilson, Owen – co-roteirista do filme – também tentaria suicídio, em 2006).



Mesmo assim – me desculpem o alongamento, mas ele me parece necessário –, a cena d’Os Excêntricos Tenenbaums não era a ideal. Afinal, a música nem é tocada inteira.

E a resposta estava ali, o tempo todo, desde o início do período, desde as aulas sobre som e trilha sonora, nas quais, durante a discussão sobre o uso diegético e não-diegético da trilha sonora, me veio à mente uma singela cena que retratava perfeitamente essa questão. Cena que foi feita totalmente a partir de uma música, na qual imagem e som se complementam de maneira recíproca, uma extraindo o máximo de potencialidade da outra. Refiro-me a Magnólia (1999), filme de Paul Thomas Anderson. Nele, há uma emblemática cena em que todos os personagens principais do filme, mesmo localizados em diferentes espaços, cantam Wise Up, de Aimee Mann. Eles, sucessivamente, entoam um trecho da canção, a voz de cada um se fazendo ouvir junto da música original, que toca ao fundo.

Aimee Mann compôs quase todas as faixas que compõem a trilha sonora do filme. Entretanto, as músicas não foram compostas exclusivamente com esse fim: foi Paul Thomas Anderson (além de diretor, roteirista de Magnólia) que, sem saber como dar continuidade à história que escrevia, recorreu a uma canção para lhe dar a inspiração que faltava. Ouviu Wise Up, e descobriu como fazer a narrativa avançar: colocou a letra da canção na boca de seus personagens. Depois disso, ele percebeu que todo o roteiro tinha ressonâncias das músicas de Aimee Mann que ele andava ouvindo. Por isso, incluiu várias delas no decorrer do filme, depois de alguns ajustes feitos pela cantora/compositora. E Aimee, que vinha sendo rejeitada pelas gravadoras, ganhou fama e alcançou o sucesso graças ao filme.

Chegamos, então, a um dos mais representativos exemplos de integração entre imagem e música: uma colabora na construção da outra, de maneira tal que se tornam indissociáveis, são incompletas caso não andem juntas. A música só exibe toda a sua beleza melancólica na contraposição das imagens que vemos em Magnólia: se, a um instante, sentimos um sopro de esperança ao ver um velho em seu leito de morte cantar “it’s not going to stop till you wise up” (sugerindo que há possibilidade de melhora), no outro, o coração fica apertado quando um garotinho de dez anos canta o verso-espelho “it’s not going to stop, so just give up”.
E, no todo, não há como a solidão e o sofrimento individual de cada personagem ressoar no do outro de maneira tão intensa sem esse coro, esse instante de alívio na chuva, essa suspensão momentânea dos problemas para que todos compartilhem suas dores. Se a chuva cessa depois, para que eles, de fôlego renovado, retornem aos seus problemas, é apenas para que possam encontrar a redenção na parte final, a chuva de sapos, que une a todos novamente. Só a união entre a música e a imagem permite que essa redenção seja plena.



O um é o número mais solitário”, diz uma das canções do filme. Porque, de fato, não existe um sem o outro.

Gabriel Ritter Muniz da Silva
EC6

We need a little controversy

(Coloquei o link acima porque não consegui botar o vídeo no post)
Artista: Eminem
Música: Without me
Álbum: The Eminem Show
Gravadora: Shady / Interscope Records
Diretor: Joseph Kahn
Esse vídeoclipe, lançado em 2003, é um dos mais bem sucedidos do rapper Eminem, também conhecido como Slim Shady. No vídeo, o super-herói Rap Boy tenta salvar um garoto, impedindo-o de ouvir o CD de Eminem, intitulado The Eminem Show. Acredito que a proposta principal do artista era causar controvérsia, polêmica. Intenção essa que transbordou da letra da música e que foi exposta no vídeo. Alías, o vídeo é quase que uma concretização das imagens produzidas pela letra.

O clipe brinca com diversas áreas da televisão, como os programas do tipo “Márcia”, nos quais problemas familiares são expostos para o público, programas de auditório, shows sobre a vida das celebridades ( Elvis Presley em E! True Hollywood Story), realitiy shows e programas jornalísticos (Eminem fantasiado de Osama Bin Laden), tudo sempre através da sátira. Percebe-se então que o vídeo é cheio de intertextualidade, ou seja, várias outras atrações são citadas ou usadas como referência. Além disso, Eminem ironiza, tanto no vídeo quanto na letra da música, outros artistas do mundo pop, como Moby.

Mas acho que o diálogo principal que “Without me” faz é com a estrutura narrativa das histórias em quadrinhos. As onomatopéias, as legendas, os balões de pensamento, o figurino, o jogo de imagens e a cronologia da estória nos lembram constantemente dos comic books. Talvez, essa fosse a intenção de Eminem: se afirmar como um anti-herói através da brincadeira com o meio principal dessa “classe”, que são os quadrinhos. A controvérsia também se dá pelo fato de Eminem ser Robin, e não Batman.

Por fim, concluo que só mesmo através dos videoclipes que Eminem poderia transmitir de melhor forma a sua mensagem. Só nele é possível toda essa narrativa lúdica, pois é o vídeo que permite e possui as tecnologias de edição (aceleração de imagens, colocação de legendas e onomatopéias, entre outros), além da liberdade artística, necessárias para fazer de “Without me” um clipe de sucesso.
Rodrigo Lois - EC6

Martin Chris poliglota é



Estava numa baita dúvida sobre qual clipe escolher. O que mais tem é clipe maneiro e super-bem produzido. Isso não basta: teria que escolher algum que significasse algo pra mim. Foi então que me veio em mente o do Jordy, aquele cantor mirim da década de 90, loirinho, que chegou até a ir no Domingão do Faustão como estrela internacional. O hit dele fala sobre como a vida de um bebê de 4 anos é difícil. Mas, poxa, eu fui um bebê feliz, minha vida era tranqüila. Não estaria sendo honesto com os leitores deste blog, muito bem freqüentado por sinal. Tinha que escolher outro clipe.

Foi aí que me veio o estalo: minha última reação teve como tema a montagem, com foco na subversão da linha temporal como elemento essencial no desenrolar da narrativa. Achei q seria interessante encontrar um clipe que tivesse seu enredo se desenvolvendo de trás pra frente, como se fosse mesmo um filme contado pela letra.

Vieram-me logo na cabeça dois clipes: primeiro, “Sitting, waiting and wishing”, do Jack Johnson. Mas como muito pouca coisa faz sentido nesse clipe, descartei logo de cara. O segundo foi o grande sortudo, o escolhido: “The Scientist”, do Cold Play. O clipe é sensacional, meio deprimente, é verdade, mas esse é o ponto mais interessante: mesmo sendo um clipe, com pouco mais de 4 minutos de duração, envolve o espectador no clima melancólico da música.

Ao perceber que a história contada no clipe e narrada pela letra está de trás pra frente fiquei meio angustiado, querendo saber o que acontecia no final. O que no início parecia ser uma simples briga de casal toma outro rumo e o final se delineia quando Chris Martin canta “come back and haunt me”: meio macabro pra uma simples separação conjugal. “No one ever said it would be so hard” narra a cena que acaba com o suspense do clipe, quando mostra uma mulher supostamente morta. O som, melancólico por si só, ganha mais tristeza com a interpretação oficial (se é que pode haver uma) da música mostrada no vídeo.

O roteiro do clipe dialoga diretamente com uma maneira de fazer filmes consolidada, com grandes títulos como “Camisa de força”, “Ponto de vista”, “Amnésia” e “O terceiro olho”. Assim como nestes filmes, o espectador assume papel de detetive e tenta juntar as peças do quebra cabeça dado pelo clipe, pela letra da música. Além da melodia, o enredo desenvolvido durante o “filme” atrai a atenção de quem está assistindo, nem que seja por uma única vez.

Há quem não goste de ver filme repetido: para esses, vale ver de novo pela excelente música. Para quem já viu várias vezes (eu!), com certeza fica a dúvida na cabeça: como diabos o Chris Martin fez pra cantar a letra ao contrário na hora de gravar o clipe? Mais fácil andar pra trás.

Renan Sampaio

EC-5

In Extremo - Nur Ihr Allein

http://br.youtube.com/watch?v=QecVl2u9erg (A versão que permite embbed no You Tube tá com a qualidade um pouco comprometida, então vou deixar esse link mesmo.

Esse clipe logo de cara apresenta uma questão ao utilizar uma narrativa contemporânea para contar uma história aparentemente fantástica ou um tanto folclórica (assim como a maioria das letras dessa banda). Nele temos a banda, que além de representar a si mesma, representa uma espécie de "caçadores" em busca de suas vítimas. Aí que entra o fator mais forte do vídeo: as tais vítimas são turistas japoneses. É muito interessante ver a utilização de vários estereótipos (que pelo que eu vejo por aí não estão muito longe da realidade) como a mania de tirar fotos incessantemente, cantar em karaokês (esporte nacional do Japão) e toda aquela simpatia ao conhecer coisas novas.

As fotos tem um papel importante no clipe, pois a todo o momento os turistas observam que suas fotografias (e filmagens também) não saem como esperado. Fator causado pela "sobrenaturalidade" da banda? Talvez. Esse é um ponto chave na narrativa, mas nunca é mostrado com muito destaque, podendo até passar despercebido por espectadores mais desatentos. Sem esses detalhes das fotos poderíamos até imaginar que o clipe fala simplesmente sobre passeios turísticos por Berlim.

Em certo ponto o ônibus chega a um local com um karaokê, e na cena que considero a mais divertida de todo o clipe vemos os japoneses cantando em alemão! Essa cena quebra completamente o andamento da música, com uma pronúncia ruim, afinações ruins, mas muito bom humor. Também destaco o fato de que nesse momento a música parece parar de ser tocada "por cima" das imagens, como antes e passa a ser produzida pelos próprios personagens.

Logo após temos a clássica cena da banda tocando, com suas indumentárias e instrumentos tradicionais utilizados ao vivo. O clima fica místico e a imagem um tanto alaranjada por conta das chamas, mostrando uma possível verdade escondida por trás do ônibus preto da "Extremtuors". Após mais um plano, agora com a banda vestindo as roupas que utilizaram no resto do clipe, e sendo obviamente capturados por diversas câmeras, temos o final, onde os coitados dos japoneses, lotados de lembrancinhas (outra ótima referência ao estereótipo do turista japonês) e material da banda, são abandonados kilômetros longe da cidade.

Daniel Bruno Nogueira
EC5

Mr Music Video goes to Washington



Clipe: It's a New Day
Intérprete: will.i.am e muita gente

O vídeo “It’s a New Day”, do rapper, compositor, cantor e produtor musical norte-americano will.i.am, é o terceiro de uma série de três videoclipes feitos em apoio à campanha presidencial de Barack Obama, embora sem a participação, contribuição ou pedido do comitê de campanha. Isso não é nem um pouco relevante para a escolha dele para essa reação, todos os três tem pontos interessantes por si mesmos.

“It’s a New Day”, a música, foi escrita nos dois dias anteriores a eleição norte-americana, em quatro de novembro. Todas as cenas do videoclipe foram filmadas na noite da eleição e durante o dia seguinte e o videoclipe em si foi lançado em sete de novembro. Ele se destaca pelo “amadorismo” intencional e a participação, tanto de artistas que já haviam participado dos outros vídeos, quanto de participantes anônimos, que comemoravam nas ruas.

O que me interessou no vídeo foi a combinação de dois fatores:

Esse “amadorismo”, tanto pela rapidez da produção quanto pela forma como todas as participações foram feitas. Todo o material filmado para o clipe foi ou filmado com a câmera mini-dv do próprio will.i.am, manipulada por sua namorada ou contribuída pelos próprios participantes, através de suas câmeras digitais ou webcams. Outros clipes já utilizaram a participação de anônimos (num exemplo menos óbvio, de participação sem ser pela paródia, no clipe "Dirty Little Secret" do The All-American Rejects, todos os “pequenos segredos sujos” são verdadeiros, embora não das pessoas que seguram os cartões), mas não os colocando na mesma condição dos interpretes, sem forçar o ridículo, e sim os unindo, no que desenvolve um desempenho que parece realmente unificado na sua diversidade. Mesmo nos momentos em que will.i.am aparece ao volante, ele estava mesmo dirigindo, inclusive pode-se notar que em nenhuma dessas cenas ele olha para câmera.

E o uso, não, a criação política de um videoclipe. Ainda que as músicas tenham sido escritas para a campanha, música para a política é velho quanto "La Marseillaise". A criação de músicas visando desde o ínicio o seu uso em videoclipes me parece inovador (mas sou um desinformado na área de videoclipes), mas o relevante é a construção de um clipe apenas para uso político. Parece um desenvolvimento óbvio, mas não consigo me lembrar de nenhum caso anterior. Sugere que o vídeo clipe cruzou a última barreira da sua aceitação como criação audiovisual: é usado para influenciar. O clipe chegou a política! Boa sorte pra ele! Cuidado com as estagiárias, charutos e armas de destruição em massa (nessa ordem)!

PS: Os vídeos anteriores dessa série, “Yes We Can” (que foi dirigido por Jesse Dylan, filho de Bob Dylan e ganhou o prêmio Emmy de “New Approaches in Daytime Entertainment”) e “We are the Ones” são colagens de will.i.am cantando, diversos artistas, atores e cantores cantando e, no caso do primeiro, trechos do discurso que inspirou a letra da música. Ambos se destacam pela fotografia em preto e branco nas aparições dos intérpretes, que lembra um pouco os antigos anúncios da United Colors of Benetton, com seus modelos multi-étnicos.

Pedro Henrique Camara de Farias Mansur
EC6
DRE 107386131

Bruno Medina no-seu-quadrado, Bruno Medina no seu quadrado

Esta reação aflorou ainda mais meu lado Luanaindecisadeser. Já que Paralamas e Titãs – Juntos e ao Vivo não saem dos meus ouvidos via mp3, acabei, inicialmente, recorrendo aos meus 11 anos de idade, tempos de MTV, e quase escolhi um dos meus clipes favoritos: Ela Disse Adeus, do genial trio para o qual as meninas do Leblon não olham mais. Depois, pensei em outro, daqueles que conquistam pela delicadeza: Diariamente, direto do Mais particular infinito de Marisa Monte. No fim das contas, me surge um rapaz dizendo que conhece “mais de mim do que eu mesma”, e sugere o clipe de O Vencedor – 2ª versão, de Los Hermanos – ou seria de Bruno Medina? Do alto de minha dúvida, um fator foi decisivo para a escolha deste último produto audiovisual e ele será explicitado neste texto.

Não diria que isto é uma inovação. Porém é bastante curioso que uma banda tenha realizado um clipe de determinada canção e, depois, um de seus integrantes produza um novo vídeo em que só ele apareça. Esta é a 2° versão de
O Vencedor na qual o mais introspectivo dos queridos barbudos cariocas nos surpreende com um dancinha que inspira expressões de estranhamento e gargalhadas deliciosas.



Medina aparece andando, pelas ruas do Leblon e outras partes da cidade, e executando passinhos estranhos (que, em alguns momentos, correspondem ao ritmo da música, como ocorre a 1’), em uma gravação de qualidade bem ao estilo uma idéia maluca na cabeça, uma câmera disponível para torná-la real e algum amigo doido pronto a ajudar.

Há planos que revelam que o vídeo não pretendia ser tão tosco assim, como a 1’26” quando há uma seqüência em que a câmera se encontra suspensa, ou a 1’46” quando há uma preocupação em filmar em contra-luz. Há outros, todavia, nos quais esta veia bizarra vem à tona, desde o ônibus passando em frente à câmera, a 2’17”, até os fones de Ipod se tornando aparentes, a 2’36”. No fim, o instrumental tão característico das músicas dos Hermanos serve quase como uma tema da vitória para a "meia-maratona" (2’32”) que Medina percorre entre as pistas do Aterro, umas escadarias não identificadas (Santa Teresa?), uma passarela enorme (com direito à tentativa de Duplo Twist Carpado) e a ciclovia da orla carioca.

Agora, lá no início, falei que havia um motivo especial pra minha escolha. Bem, amigos, alguém aqui lembra de Footloose – Ritmo Louco, filme americano de 1984, dirigido por Herbert Ross e estrelado por Kevin Bacon? Bem, nem eu. Fato é que o filme tem toda uma temática dançarina super envolvente à qual o tecladista dos Hermanos não pôde resistir, e, voilà!, tem-se uma reprodução malemolente da coreografia – sim, o Bruno decorou parte dela! – com que Ren McCormack (Bacon) risca o salão do baile de formatura.



A reprodução do Hermano da dancinha tão peculiar não é a única disponível, como se pode ver neste hilário exemplo, no qual dois seres realmente estranhos, com roupas bizarras, demonstram a sua malemolência (?). E aí, qualquer semelhança com quadrados e afins é mera coincidência.

Acho que prefiro o Bruno. Nos quadrados brancos e vermelhos.

Luana Xavier
EC6

Paciência - Lenine



Pa-ci-ên-ci-a


Para finalizar todo esse reagir que a disciplina nos propõe, sustento todo o meu pensamento em palavras que, por sua vez, dão suporte para idéias imagéticas bastante interessantes. Daí a escolha do Videoclipe da música de Lenine, sob direção de Hugo Prata. A melodia profunda e a letra densa me persuadiram a conhecer o produto audiovisual, que me chamou atenção para aspectos de intenção, iluminação e cor.

Enquanto se escuta uma narrativa sobre um alguém que partilha conosco angústias e fugacidades da nossa “pós-modernidade”, se vê ações e situações estanques e – paradoxal e simultaneamente – rotineiras. O nadar infindável, o estudo concentrado, a espera ansiosa, o se alimentar despretensioso, o carinho preguiçoso, a fé solitária e a imersão refrescante. Tudo em um silêncio absoluto; um silêncio que grita na letra do autor, uma vez que o fôlego, a meia-luz, o “será-que-vem?”, a hora marcada muitas vezes sem porquês, o estar junto e a credibilidade naquilo que não se vê podem não ser da maneira como se espera ou como se pretende.

A questão aqui é entender o que podemos ou não fazer. E como (não) fazemos. Tais situações sublinham um forjado mundo de movimentos regulares, cativos e incorporados ao Real. No entanto, o que percebo de fato é uma ordem desconexa de fragmentos de almas de corpos que vagam e não se percebem; não vêem a própria ação em um lugar que pede sempre um pouco mais de calma. Em vão. Nada pára e as idéias estão sempre em mutações diárias. Mostra-se, então, entrecortes quase que silábicos do cotidiano nosso.

Esse desassossego ainda é inserido em uma subexposição de luz que deixa tudo mais destacado. Não só os diversos personagens, mas também as cenas do próprio cantor são mostradas envoltas por sombras que (por que não?) podem remeter ao tempo que esmaga todo esse conjunto de um mesmo idioma: não estar nunca parado de alguma forma. Significante e significado são enlaçados nesse momento pelo diretor.

Por fim, gostaria de atentar para a presença marcante do verde ao longo de todo o videoclipe. Se não são elementos reais da cor verde em cada cena (como o abajur, o vestido da mulher, ou as janelas da igreja), o diretor indica um esverdeado uniforme de fundo. De certa forma, ao fim do clipe, o verde está em mim, entranhado e fixo como musgo. Piso, então, – como quase sem escolhas – nesse escorregadio que, por vezes, me faz prender em partes-sílabas. E se alguém me perguntasse uma cor para a palavra paciência, o verde – com certeza - não me escaparia.


Jefferson Carrasco – EC6

Smack My Bitch Up - The Prodigy


O clipe da banda inglesa de música eletrônica, The Prodigy, dirigido pelo sueco Jonas Akerlund, lançado em Novembro de 1997, foi banido em quase o mundo inteiro devido as suas cenas explícitas de violência, drogas e sexo. A música “Smack my bitch up” já revela um pouco dessa intenção, já que ela se resume em duas frases bem “escrachadas”, uma delas o seu título, repetidas diversas vezes ao longo dos 5 min de vídeo e das aceleradas batidas do estilo Big Beat.
A minha escolha por esse vídeo (além do fato de eu não conhecer quase nenhum) foi devido à sua polêmica. Ele “narra” a noite de uma pessoa, desde o momento de sua arrumação, até sua chegada em casa com uma prostituta. Filmado em câmera subjetiva e utilizando otimamente efeitos borrados, que mostram não só a visão do personagem, mas também o estado de sua mente. Mostra quase todas as ações do personagem, bebendo, cheirando, brigando, quebrando tudo, agarrando mulheres, entrando e sendo expulso de boates, vomitando, entrando em “night clubs”, e até roubando um carro por pura diversão. Mostra inclusive, através dessa possibilidade que a câmera subjetiva proporciona, suas alucinações devido ao consumo das drogas e da bebida.
Por causa de todos esses fatores, o vídeo pode até ser tachado de apelativo - e talvez seja! – mas a grande curiosidade dele é seu final surpreendente, que, após a prostituta ir embora, o personagem se olha no espelho, mostrando nada mais que uma mulher (!), que apaga na cama. Os pequenos detalhes femininos, como o lençol de cetim rosa e suas pernas depiladas somem diante de elementos considerados masculinos. Além da cena em que um cara fica sorrindo pro personagem, e logo pensamos que o cara é gay, e não na possibilidade do personagem ser uma mulher. O clipe é, inquestionavelmente, original não só pelo formato, mas pela maneira polêmica que trata o roteiro, deixando pra reflexão o porquê de ser, mesmo com nossa moral pós-moderna, espantoso ver uma mulher (gostosa e loira!!) beber muito, cheirar, arrumar brigas e quebrar coisas, tentar agarrar mulheres à força e “pegar” prostitutas. isso deveria ser normal? Ou não???
Fernanda Bigaton
EC6

Vertigo



O clipe “Vertigo” da banda U2 utiliza-se de um farto material de recursos audiovisuais, característico da produção atual de videoclipes. As imagens servem de apoio para a letra e o ritmo musical, variando conforme a alternância da melodia e dos significados dos versos musicais.

As explosões de calor e os rastros escuros atrás dos artistas expressam a idéia de movimento acelerado, que servem para reforçar a parte da música onde o ritmo é mais rápido, o refrão.

Aliado a isso, temos as oscilações do cenário que acompanham a melodia e criam ambientes claros (sons mais agudos e compassos rápidos) ou escuros (sons mais graves e compassos lentos) de acordo também com os sentidos dos versos. Técnicas do “zoom in” e “zoom out” nas expressões faciais dos artistas, assim como as tomadas aéreas, auxiliam na identificação e transmissão do sentido contido nas letras, para o expectador, fazendo apelo à emoção.

Brenno Eudes - EC6 – DRE: 107329626

Britney Spears - Oops I Did It Again

http://www.youtube.com/watch?v=tgPlaXv0__c

(segue o link pois, como em mais video-clipes da artista, o “ embed” encontra-se indisponível. Infelizmente o inconveniente só foi percebido após o texto ter sido redigido. )


Ano: 2000
Gravadora: Jives
Diretor:Nigel Dick

O truque é o mesmo: um corpo esculpido segundo os ditames e contextos sociais e da moda, bailarinas flexíveis e habilidosas e muito, muito apelo sexual. Não que eu me coloque contra ou que de fato não sejam esses argumentos eficazes, pois, de fato, o são. Entretanto, é bem curioso como algum artifícios nem precisam realmente reinventar- se para continuar surtindo efeito sobre os consumidores “ de vídeo clipes”.

O curta “ Oops!.. I did it again”, protagonizado por Britney Spears, procura dialogar tanto com os argumentos anteriormente citados, como com uma nova proposta: Britney seria uma extraterrestre! E para elucidar sua “marcianilidade” nos brinda com uma justíssima roupa vermelha que também possibilita o vislumbre de suas belas curvas. Percebe-se também uma grande preocupação no alinhamento da canção aos “acontecimentos” espaciais, ao ponto que em 1’ 50”, a voz da cantora é submetida a um efeito, dando a entender que ela estaria mesmo fora da Terra ou das memoráveis CNTP. A partir dai, só o que se vê é um excesso de efeitos pretensamente especiais, coreografias executadas com perfeição, aí sim, quase alienígenas e a preocupação com um cenário digno de produções hollywoodianas... como de fato é.

Lançado em maio de 2000, o álbum referente ao clipe, fez do então fenômeno mundial da musica pop, e agora artista mais popular do mundo (http://www.onlypop.org/2008/04/bbc-lana-novo-servio-baseado-na.html ), o principal ícone americano, principalmente pelos seguidos clipes que primavam sempre pela exuberância estética, sensualidade e sincronia dos movimentos de seus dançarinos.

Julia Zettel – EC6

domingo, 16 de novembro de 2008

All Falls Down - Kanye West



Não sei se o clipe de All Falls Down é algo inovador de verdade - na verdade, tenho certeza que não - mas me chama a atenção nesse vídeo algo que é feito tão constantemente em um clipe de música "pop", como é o caso. O clipe, como a maioria, gira em torno do que a letra da música descreve, como uma teatralização da mesma. A única diferença, e o porquê dela estar aqui, é a forma como é colocado o artista e, de certa forma, a música, durante o vídeo.

Nele, a câmera se coloca como o próprio Kanye, numa espécie de visão em primeira pessoa, levada até o fim do vídeo - com exceção do momento em que Kanye entra na máquina de raio-x - , com piscadas, olhares e etc. Essa visão é obviamente proposital, com o artista aparecendo somente em frente ao espelho ou em frente ao vidro do carro, enquanto canta a música que também funciona como uma narrativa em primeira pessoa para as imagens que aparecem no clipe. O videoclipe funciona, portanto, como algo quase cem porcento feito em primeira pessoa, uma visão do próprio artista dos acontecimentos descritos.

Rodrigo Paradella - EC6

Tupac - I ain't mad at you




Então, escolhi esse clipe por ser uma peça importante de um artista que significa muito para mim: Tupac, para muitos o maior rap que já existiu. Sem dúvida quem alavancou o gangsta rap e toda a cultura hip hop com ele, no início dos anos 90.
Antes de falar do clipe e da mística que o envolve, um breve panorama: Tupac se envolvia constantemente em brigas com rappers das Costa Leste dos EUA (Notorious BIG, P. Diddy e o resto da turma). Tupac foi atingido por vários tiros quando saía de uma luta do Mike Tyson em Las Vegas. Isso aconteceu no dia 7 de setembro de 1996, Tupac foi dado como falecido no dia 13, 7 dias depois.

Muita gente alega que o mestre não morreu nesta data, por vários motivos que não caberiam aqui, pra falar a verdade, mas que fique registrado: os motivos são bem coerentes.

O interessante é que o clipe de I ain't mad at you foi lançado poucos dias após a sua morte e trás cenas dele levando tiros ao lado de um amigo e ascendendo para virar um anjo no céu; bem legal né? Então, só pra terminar, esse clipe é o último em que Tupac "assina" como Tupac, seus outros clipes pos-mortum ele assina como Makavelli, o que significaria uma espécie de ressurreição. Um último detalhe: Makavelli, The seven day theory é o nome do 1º album pos-mortum do artista; alguém lembra quantos dias ele ficou no hospital antes de morrer? Concidência demais?
Ninguém sabe, mas bem que ele podia voltar, agora curtam uma boa música!

Daniel Machado
EC6

Netinho - Fim de Semana




Confesso que fiquei muito indeciso quanto à escolha do clipe: dentre certezas e dúvidas, dois clipes de fácil explicação e um de difícil me deixaram ressabiado. Optei pelo difícil. A tendência é procurar um clipe em que algo diferente salte aos olhos, que saia da mesmice e instigue a reflexão. Escolhi quase que justamente o contrário: um clipe de Netinho, aquele cantor baiano que quase ninguém mais sabe por onde anda(inclusive eu), no auge dos seus empolgantes shows, na década de 90. É um exemplo de como pode ser curiosa a associação de imagens e conceitos, no que tange à sua simplicidade. A intenção é justamente essa: mostrar o óbvio.

A idéia é pegar as imagens mais fáceis quando se pensa em fim de semana. Praia, relaxamento, mulheres, futebol, jet ski(?)... Pegue isto e junte ao seu oposto, ou seja, rigidez, compromisso, terno e gravata, rotina. Pronto: aí está um clipe sobre o dom da vida, ou seja, o fim de semana.

Construído quase como uma novela das sete, o vídeo inicia mostrando o tédio das pessoas que imploram pela chegada do fim de semana. Brilhantemente, no meio do caos urbano, um menino tem a idéia de ligar seu tocador ao alto falante e aí começa a catarse: a baianice non-sense da coisa finalmente encontra seu lugar.

Os versos vão se concatenando às imagens. "Sexta-feira no final do expediente", ternos, gravatas. "Acorda a vó, vóvóvó, voróvóvó", imagem da vovó( e que vacilo!). "Penso em praia, mulherada, na moçada e futebol", praia, mulherada, moçada. É tudo pá-pum, bateu-levou. Tudo com Netinho de personagem principal, saindo de um desconfortável terno para seu habitual traje de professor de lambaeróbica.

No fim, tudo funciona como se tivéssemos assistido a mais um clipe como todos os outros. Mas basta um olhar atento para vermos que, por trás de tanto esmero visual, a tosquice da coisa aflora.

ps: Isso foi um convite a olhar a malemolência dos dançarinos.

Igor Santos Carneiro - EC6

Rock DJ - Robbie Williams




O videoclipe “Rock DJ”, de Robbie Williams, é inovador inicialmente no cenário, semelhante a uma boate, mas apresentando arquitetura futurística, com elementos que se movimentam, complementados pela utilização de luzes especiais. O local é habitado por mulheres que patinam e ficam o tempo todo em torno do cantor. Robbie Williams ao dançar começa a fazer um strep tease, em que acaba completamente nu, o que inova no sentido de que não é comum videoclipes comerciais exporem o corpo masculino de tal forma. Quando ele percebe que está nu e que as mulheres o observam, faz uma expressão de constrangimento que cria uma situação de certa forma cômica. Isto mostra que não é o nu simplesmente pela exibição do corpo, mas sim inserido em um contexto que o justifica, pois na suposta narrativa do clipe ele se torna fundamental.

Depois que se cria este momento de constrangimento, começa a parte mais inovadora, em que ele resolve a situação continuando o strep tease, tirando também sua pele, em seguida os músculos, os órgãos, até que fique apenas o esqueleto. Para isto obviamente foram utilizados efeitos especiais, os quais não saberia detalhar, mas que considero interessantes pela forma com que interagiram na narrativa e com o cantor, ao tornarem possível algo que seria absurdo, talvez seja este o fator que chama mais atenção em “Rock DJ”. Causando estranhamento no espectador, as mulheres começam a pegar partes do corpo de Robbie Williams ensangüentadas, o que se assemelha a fãns quando conseguem alguma coisa de seus ídolos, mas neste caso elas conseguem de fato pedaços dele. Enfim, é um clipe inovador e que consegue utilizar seus elementos com senso de humor, combinação que fez com que tivesse grande sucesso.

Cília Monteiro
DRE: 107386149
EC6

As cores verdadeiras do Nascer do Sol Elétrico



Cyndi Lauper - "True Colors" - 1986, dirigido por Pat Birch.

Como não amar Cyndi Lauper? Ela era uma jovem cantora pop de cabelos amarelos e rosto redondo, e afirmava que garotas só querem se divertir e hoje é uma senhora de 55 anos em turnê pelo Brasil, indo de Belo Horizonte à Curitiba. Se repetir o que fez em São Paulo, a cantora vai tocar o hino sozinha no palco com um violão.
Quer dizer, na época dela ser incomum era maneiro. Além disso, era respeitável. As pessoas admiravam o jeitão dela e pensavam "ah, tudo bem ela ser meio doidinha, a voz dela é incrível". Hoje a vastidão de possibilidades e o incrível poder da internet de fazer de tudo no mundo algo realizável, a situação é mais complicada e ser incomum é relativamente mais difícil. Digamos que ela se deu bem talvez por uma questão de posicionamento espaço-temporal. Porque Amy Winehouse também tem uma voz incrível, mas né. Provavelmente pessoas como Minha Avó sabem que ela bate no marido mas nunca ouviram seu cd. Não que Cyndi fosse (seja) santa, mas pelo menos não tinha a rede divulgando suas peripécias como se não houvesse amanhã.

O hino em questão é True Colors. Claro.

Eu acredito que uma música não é um hino impunemente. E a geração MTV não faz de uma música com um clipe medíocre um hino. Simplesmente não faz. Reparem bem no vídeo. Mas reparem mesmo. Sério, estou mandando.

A palavra sublime tem pouco poder pra descrever a sensação que começa a percorrer o corpo de uma pessoa nesse momento. Começa com uma Adoração ao Holofote e posterior bater forte de tambor de Cyndi logo no comecinho. Esse perfil, essa meia luz. Essa sensacional escultura capilar e a florzinha. Meu Deus, a florzinha. A florzinha que faz o link da tamborilante Cyndi com a menininha, que pode deixar o espectador meio perdido dada a fidelidade cromática de seu exuberante adereço drag de cabeça com o penteado da popstar. Mas a menininha, num mundo de areia que poderia fácil ser Tatooine, está mais entretida em assistir a uma adaptação interracial, onde a harmonia se mescla com um clima de magia e sedução, de uma cerimônia do chá. Em uma canoa. Na areia. E isso tudo no primeiro minuto e meio.

Percebem o que eu estava falando?

A incrível sequência de cenas e situações nonsense e incrivelmente coerentes continua, passando pela indumentária de sereia com lustre na cabeça (1:43) e seu telefone de concha (perceba: "you call me up because you know I'll be there" cantado por uma sereia enquanto empunha uma concha. Claro que é um telefone. Sensacional, não é?), seguida pela câmera entrando na concha loucamente a procura de Cyndi, que repousa. Reparem que vocês não podem ser capciosos nesse momento: a concha é o telefone da sereia, mas é a casa de Cyndi. O que possibilitaria Cyndi morar dentro da orelha da sereia tranquilamente. Mas não está explícito se a sereia tem orelhas porque o LUSTRE cobre o que seriam suas cavidades auriculares. RÁ. E aí a Cyndi morar numa concha explica por que as senhoras do chá a viram dentro da água imaginária. Dado o fato de existir todo um motivo implícito chocante em morar numa concha, e as conchas realmente estarem na água e tal.

Mas ela não está sozinha na concha, oh não. Além do assistente que está puxando o fio do que poderia ser facilmente o maior lençol do cosmos, temos também o par romântico da cantora, no clipe. Concha enorme, pelo visto, porque ele está no alto, puxando o pano interminável, enquanto Cyndi faz a Rapunzel, só que guardadas as devidas adaptações. Gente, o que é esse cara? Ele é loiro, praticamente um Fabio, só que magrinho e que emerge da água purpurinado. Que água é essa, é o que eu pergunto. Dizem aí que Cyndi tava pegando e tudo, e depois casou com o dito cujo. Não tenho certeza que é ele, mas se for eu acredito ter sido a purpurina. Elas não resistem.

E aí rola o beijo mais saturado de ciano e magenta da VIDA e a gente tem realmente medo do que possam ser as cores verdadeiras. Porque pensa, se essas cores forem a razão do afeto de Cyndi ("I see your true colors and that's why I love you"), eu não posso pensar em nada que essa mulher não amaria. E isso é perigoso. Isso leva uma pessoa a aceitar que uma saia feita de tiras de jornais e/ou revistas e andar de sapato alto na areia sejam idéias BACANAS. Além de adentrar, não ligando a mínima, uma autêncica e tradicional aula a céu aberto, com direito a professor e chapeuzinhos. Mas pelo menos o estado de descontrole emocional de nossa amiga parece estar a seu favor.

Só que a essa altura do campeonato a pessoa já resolve apelar. Não sabendo que sim, querida nós te entendemos e conseguimos ver além dos supostos clichês oitentistas do seu vídeo, ela não acredita. Então taca uma fórmula infalível no vídeo: Cyndi faz carinha de quem tá gostando demais, topless, em um lago de espelho. Assim, realmente, toda se querendo. Não que a platéia vá ao delírio porque comparado aos nossos padrões atuais, Cyndi não era exatamente a mais lasciva entre as mulheres mas é um fechamento interessante.

E depois da longa jornada ela retorna à Adoração ao Holofote e ao batuque. E bem mais convicta. Assim, realmente mostrando a que veio, sabe? E com um decote que quase não sustenta a empolgação das batucadas. Porque apesar de ser assim tão unusual ela sabe do que a vida é feita. É feita de metáforas, meus amigos. Metáforas e voltas ao lar. Mesmo que seu lar seja uma concha e a única chance de sair dali é sendo içada por um pano.

Se bem que Rapunzelices à parte ela se deu bem: queria ver como ia ficar a escultura capilar se não tivesse esse paninho na história. E talvez até não tivesse. Talvez a produção tenha introduzido toda a questão do paninho como forma de não descabelar a cantora. Porque obviamente a escultura em questão foi criada com tanto esmero, cuidado e precisão que seria praticamente um crime se um modelete da vida tivesse o direito de desarrumar um fio que fosse.

O pano existe, portanto, porque existe justiça no mundo.

Eloísa Greco - EC6
107386123


"Give it 2 me" - Madonna e Pharrel

“Give it 2 me” é o segundo single e videoclipe do novo álbum de Madonna, o “Hard Candy”. Sem parecer, a princípio, ter qualquer espécie roteiro e assemelhando-se a uma mera seqüência de imagens editadas a la anos 80, o certo é que este videoclipe pode ser visto como uma mistura de todos os clipes já feitos pela cantora.

Depois de saber que a melodia e as batidas cruas da música são obra de Pharrel, o produtor da canção, e de entender que o clipe teve origem em um ensaio de moda feito por Madonna para a revista Elle e fotografado por Tom Munro – que também é o diretor do clipe – as coisas começam a se esclarecer para o espectador.

Mas não se iluda! Nada chega a ficar muito claro. No entanto, a beleza estética simples de Tom Munro ganha o espectador, que acaba vidrado nas imagens de Madonna e no saudoso estilo "anos 80". O mais marcante no videoclipe é certamente a falta de enredo, com imagens, cores e repetições aleatórias; só é possível entender alguma coisa porque é de Madonna que estamos falando.

Para completar, o videoclipe acabou vazando na internet semanas antes de seu lançamento oficial. Como o clipe estava sendo esperado ansiosamente por muitos, este “erro” gerou muita polêmica... mas é disso que Madonna gosta!

Elisa Folly
DRE 105024369


Idina Menzel - Brave



Idina Menzel é atriz, cantora e compositora. Após estrelar diversos papéis em musicais da Broadway assinou contrato com a Warner Brothers e lançou seu mais novo CD solo, "I Stand". Brave é o primeiro 'single' deste trabalho.

No clipe, apesar da produção estar centrada na cantora, há um aspecto inovador, pois a mesma, por ser também atriz, possui grande expressividade, que não deixa de aporoveitar.

Há um acontecimento inesperado quando a cantora larga o piano e corre pela cidade, no que aparentemnte constitui-se em uma explosão, possivelmente após um prolongado período de quietude. É o momento em que a personagem (e nesse momento a cantora já constitui-se como personagem) finalmente reúne forças para livrar-se de suas amarras, que são representadas pelo vestido, cujo tecido vai ficando pelo caminho, numa sequencia também bastante inovadora. Uma boa forma d qubrar a monotonia sem deixar de exibir o cantor como parte do clipe.

Paula Mello - EC6

A diva: Madonna - Love Profusion





Pois então, ô reaçãozinha trabalhosa essa! Há tempos não parava em frente a TV para assistir TVZ's e Disk MTV's da vida - tão presentes na minha fase infanto-juvenil- e por isso tive dificuldade em lembrar de algum videoclipe interessante. Cheguei a ficar em dúvida entre cinco (dos trashes aos moderninhos) e acabei decidindo por este.

"Love Profusion" é último single do álbum American Life da cantora norte-americana Madonna. O clipe foi dirigido pelo cineasta francês Luc Besson. Entre seus filmes mais conhecidos estão 'O Quinto Elemento', 'Nikita' e 'Joana D'Arc'. O clipe é uma cópia do comercial do perfume 'Beyonde Paradise' de Esteé Lauder, lançado no verão de 2004 -com 'Love Profusion' sendo tocada de fundo e também com Luc Besson na direção.

Mesmo este não sendo o clipe mais elaborado da carreira de Madonna (vide, por exemplo,"4 minutes"), ele tem seu valor visual. Gosto da junção feita entre a melodia e as imagens. O vídeo começa com um ambiente noturno e urbano, onde a cantora anda entre prédios sob uma esteira, interpretando com gestos e olhares para a câmera o que sente. Os cortes feitos dão velocidade e ritmo ao clipe.
"Love Profusion" apresenta muitos efeitos gráficos, pois intercalando com as imagens urbanas, o clipe mostra belos e convincentes cenários digitais, nos quais Madonna aparece caminhando sob água, numa esteira de flores que flutua no céu compondo uma explosão de cores leves. Tudo se movimenta com vida, passando uma tranquilidade a quem assiste. São fadas e peixes rodeando a diva. Além disso, o som electro minimalista com uma nova combinação de guitarra acústica e sintetizador de grooves transmitem ao espectador uma vontade de andar e dançar com a cantora pelo cenário. O final também é inesperado e diferente, já que as fadinhas que aparecem 'somem' com Madonna (devoram ela para alguns). Por fim, não considero que o vídeo seja uma narrativa linear da letra da música. Mas de certa forma, acredito que há uma boa composição entre imagens e letra, já ela fala sobre dúvidas e sentimentos.


Barbara Louise
EC6
DRE: 107386050
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So...free me!

Com estilo um tanto sensacionalista alerto os leitores do blog: as cenas que vocês verão a seguir são fortes!

Pois é, este é o videoclip da música “Free Me”, da banda norte-americana Goldfinger. Nada de estilo, cenários bem produzidos, animações, efeitos especiais ou solos de guitarra. Tudo isto é dispensável, inclusive o aparecimento da banda no videoclip. As imagens que aparecem se explicam por si só, numa relação direta com a letra da música que é, na verdade, o discurso de um animal prestes a ir para o abate. A letra reflete, também, o grito de liberdade, um manifesto pela liberdade de viver dos animais.

A câmera em primeira pessoa nos dá a impressão de estarmos presenciando o acontecimento, atenta-nos para o fato de sermos testemunhas oculares das imagens.
No entanto, só ao final do videoclip, que termina com a seguinte pergunta: “Are you really that hungry?” (Você está realmente com esta fome?) é que vamos entender que, mais do que ver, somos postos como cúmplices desta situação.

A música foi apropriada por sites, organizações e sociedades vegetarianas, que passaram a usá-la como inspiração para um discurso contra a exploração, maltrato e aprisionamento dos animais. Meu objetivo aqui não é fazer ninguém se tornar vegetariano, pelo contrário, cada um tem o direito de escolha sobre suas vidas. No entanto, não podemos negar que somos convidados a pensar após assistirmos ao videoclip. Chega de bláblá...vamos às imagens!

Artista: Goldfinger
Música: Free Me

Open your eyes - Snow Patrol




Esse clipe é, na verdade, uns 30 anos mais velho que a música. Se trata de um curta metragem de apenas um plano seqüência do cineasta francês, Claude Lelouch, de1976. O curta original se chama "C'etait um rendez-vous", tem quase 9 minutos e foi feito sem nenhuma autorização, o diretor simplesmente colocou uma câmera na frente de um carro que foi dirigido em alta velocidade pelas ruas de Paris durante o amanhecer.

Durante o percurso é possível identificar alguns pontos turísticos da capital francesa, além de constatar inúmeras infrações. Na época do lançamento, o curta gerou muitas polêmicas e especulações (como qual era o carro e quem o dirigia), Lelouch chegou inclusive a ser preso (e logo em seguida, liberado)

Em 2006, a banda Snow Patrol comprou os direitos autorais do curta metragem e utilizou os seis minutos finais para o clipe da música "Open your eyes", o impressionante é que a música casou muito bem com as imagens e quem não sabe a história acha que o videoclipe realmente foi feito para ela.

Julia Dias - EC6

Nirvana - Heart Shaped Box



A escolha do Nirvana tem relação direta com o meu gosto pessoal mesmo. Pensar em um clipe que, ao meu ver, faz alguma diferença entre os outros me fez fervilhar os neurônios e buscar nas origens o que seria "não ser como os outros".

Heart Shaped Box foi o primeiro single do 3º álbum do Nirvana, o In Utero. Lançado em 93, ele reflete as diversas pressões sofridas não só pela da banda, mas principalmente pelo problemático front-man. Além de ser pós-Nevermind, foi pós-nascimento da filhota de Kurt Cobain, que passava por conflitos com sua esposa (aquela que não se deve pronunciar o nome) e enfrentava o vício em heroína.

A letra desta música permite muitíssimas interpretações, bem ao estilo do Sr. Cobain. O clipe segue esta linha e apresenta elementos que fazem referência não só à letra, mas também ao álbum, à sua capa e ao que o vocalista passava no momento.

A estética do clipe é o que chama atenção, á princípio: cores vivas e intensas, movimentos que acompanham o ritmo e as explosões da música, a câmera que alterna entre imagens focadas e desfocadas. A imagem de Kurt colabora pra que o clipe se torne mais perturbador. Suas expressões são fortes e passam angústia.

A narrativa não-linear nos leva à uma história "mal-explicada" enquanto a música é executada pela banda, ora cheia de sua característica atitude, ora "tocando/cantando para a câmera". A figura, que remete a Jesus Cristo, divide a cena com corvos e caminha para a sua própria morte ao subir na cruz. Elementos como os fetos e a "mulher sem pele" que anda pelo clipe fazem parte da capa do "In Utero". A menina, que tem sua roupa "turning black", também faz referência à morte. Tudo isto dialoga com a situação perturbada do vocalista que já havia batizado o álbum de "I hate myself and I want to die".

Louise Palma - EC6

"Bones" - The Killers




Music video by The Killers
Directed by Tim Burton
JP Fox (C) 2006 The Island Def Jam Music Group


The Killers é uma banda americana de rock alternativo criada em 2002 pelo vocalista Brandon Flowers e pelo guitarrista Dave Keuning. Com exceção de Sombody Told Me, 2004, os videoclipes dos Killers, em geral, são marcados por uma mescla de mistério, drama, humor e cenários sombrios e desérticos, fazendo paródias, principalmente, com filmes de Bang Bang na paisagem árida norte-americana. E foi seguindo algumas dessas tendências que o clipe Bones foi criado.
Diversos aspectos interessantes podem ser levantados acerca desse bem-acabado produto audiovisual. Por mais que pareça ser mais um clipe comum da banda, com os integrantes tocando em algum ambiente escuro, certas cenas em preto e branco, etc. é a direção estreante de Tim Burton no mundo dos videoclipes que mais vale ressaltar.
Burton consegue levar às telas seu o estilo romântico e sombrio que permeia todos os seus filmes, destacando aqui, os longas Os Fantasmas se Divertem, 1988, e A Noiva Cadáver, 2006, que muito se assemelham ao clipe em questão devido à idéia, principalmente, de mesclar o humano ao sobrenatural, na utilização de recursos gráficos para representar os mortos: os fantasmas no filme do Beetlejuice, o mundo underground dos mortos em A noiva Cadáver e os esqueletos animados em Bones; além de propor uma subversão do romance tradicional nos três casos citados. Em Bones, Burton subverte uma das cenas mais famosas e açucaradas do cinema hollywoodiano – a cena do beijo de Deborah Kerr e Burt Lancaster em A um Passo da Eternidade, 1953, de Fred Zinnemann – ao transformar, na refilmagem da cena para o clipe, os personagens, em dois esqueletos que se beijam na praia e que, ao final, ainda desmontam ao correrem para um abraço caloroso.
Portanto, Bones é a convergência da marca do diretor com o estilo único da banda, dentro de um ambiente sombrio, irônico e romântico.
Alice Carvalho de Melo
EC5
DRE: 107329595

Mercy - Duffy

Linda, loura e com um vozeirão digno de uma Black diva americana Aimeé Anne Duffy, ou simplesmente Duffy, saltou de uma pequena cidade no país de Gales para conquistar os mercados e consumidores de música por todo o mundo.

Em tempos de Joss Stone e Amy Winehouse, a moça conseguiu se destacar e faturar - vendendo mais de meio milhão de cópias só na primeira semana de seu cd de estréia, no início deste ano - mesmo valendo-se de um estilo que parece ser o último achado cult da paróquia; o " pop, soul com toque clássico". Brincadeiras a parte, sua música é de fato boa, as composições são criativas e a voz rouca e anasalada é indiscutivelmente charmosa.

O clipe escolhido (“Mercy”) pertence ao álbum de lançamento da cantora “Rockferry, e nesta faixa, a batida soul é a mais marcada de todas as outras. Só isso justifica o fato de termos um clip mais dançante, que combine com a vocação natural da canção para as “pistas” do mundo.

Em sua primeira versão, dedicada a União Européia, o clip de “Mercy” conta com bailarinos com caras estranhas e roupas retrô (leia-se pólos abotoadas até o pescoço e calças de linho). Duffy fica no centro desta apresentação, e não se arrisca a passos de dança. O figurino da cantora é cem por cento comportado e os tons de cinza e bege tomam conta da imagem. Ainda que pareça sóbria, esta versão se encaixou com o clima da música e a postura da cantora.

A surpresa está na versão americana do clip; em meio a uma festa, em tons quentes, com a banda presente e um vestidinho preto decotado, Duffy se rende, ainda que sutilmente, ao clima p.i.m.p dos hits americanos. As perguntas são: o que há de errado com o outro clip? E principalmente, será que pra entrar na terra do Tio Sam todas devem despertar seu lado Beoncé?





Lorena Cardoso Simões
EC5
DRE:107328963